terça-feira, 11 de maio de 2010

Sentia tanto medo, curvava diante desse que mandava e mudava tudo aqui dentro de mim. Eu sei que a culpa foi minha também, mais é que eu tinha tanto medo, medo de acontecer exatamente o que aconteceu, medo de ser colocada de lado por alguém que eu via galopando em cavalos brancos, rosto ao vento e uma roupa de príncipe. Eu fui me derramando como um pequeno furinho na barragem e de repente ‘booooom’ a água tinha ido toda pro brejo, GRANDE brejo. Eu sei que eu não deveria ter ficado calada, eu sei que eu deveria ter falado desse ‘grande trauma’, mais daí que ele não iria entender, mais daí que seria mais um sintoma de dor, mais um buraco cavado.
Eu sei também da marca que o meu silêncio me causou, essa ânsia de vomito, esse enjoo só de lembrar, essa alergia de novas possibilidades, porque agora eu só sinto nojo, eu sinto nojo de conversas de Messenger, eu sinto nojo de segundas intenções, eu tenho pavor de elogios com segundas intenções, eu tenho nojo de olhares interessados, eu tenho nojo de homens interessantes, eu tenho pavor de viver tudo de novo e vou me privando de estar com meus bons e fieis amigos, me privando de viver no meu mundinho porque eu tenho preguiça também de ter que mostrar quem eu sou no total, sem repressões a outras pessoas, preguiça de ficar tão nua assim a jugos, a interesses, a admirações.
Eu sei da minha vontade de dormir toda vez que eu saio de casa, eu sei da minha vontade de não ver ninguém, sei da minha vontade de dançar o tempo todo em festas para não precisar olhar pros lados. Sei da minha vontade de não usar mais tanta maquiagem, de sair de havaianas e jeans, sei do meu medo de ficar tão chata e deixar passar o que realmente for compensatório, sei do meu medo de não saber mais ter alguém de verdade.
Eu sei da minha vontade de bater em todo mundo quando me dizem que não dá pra desistir, eu sei da minha vontade de gritar pro mundo ouvir o quanto eu me sinto e me senti o menor ser humano do mundo com as ultimas batidas e capotadas que minha vida e meu coração deram. Eu sei da minha vontade de tomar sorvete até ficar com o cérebro congelado e garganta latejando e de tomar coca cola até virar uma celulite ambulante, sei da minha vontade de quebrar a balança na porta do meu banheiro e mandar pastar todo mundo que fica reparando o quanto eu engordei ou emagreci. Eu sei da minha vontade de tomar chuva de tênis e ouvir as ‘minhas musicas’ até a cabeça explodir, de dançar sem ritmo e cantar errado bem alto bem alto bem alto até não existir mais voz.
Eu sei da minha vontade de não saber mais nada, de não pensar em nada, de não pensar no que podia ter sido, de não pensar o quanto minha vida errada ta tão certa, de não pensar nas portas tanto tempo escancaradas e fechadas pelo vento, de pensar no vazio da presença e a ausência do serzinho que eu amo mais que a mim mesmo.

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