Eu não tenho facilidade pra mentiras, pra esconder sentimentos muito menos estado de espírito. Tenho aprendido o preço de ter defeitos como esse. Desculpe-me os recatados, cheios de regras sociais, apáticos, meigos e práticos mais eu prefiro a fragilidade do que a máscara e não me importo com quem me chama de louca, idiota e até mesmo ‘muito intensa, pro meu gosto’ como já ouvi milhares de vezes.
Não acho normal ver crianças abandonadas, não acho normal a fome, a miséria, a dor, o frio. Não acho normal tantos jovens envolvidos com drogas, com álcool, com crime, com violência. Não acho normal pais torturando, matando, abandonando e até mesmo abusando seja das milhares formas que existem hoje, não acho normal. Não acho normal usar o amor como álibi pra matar, torturar e chantagear. Não acho normal tanto egoísmo, alienação e covardia, não acho normal ver a maioria cruzando os braços e dizer ‘ é normal’. Pergunto-me até quando a sociedade estará cega o suficiente pra acreditar que a extremidade de regressão vista hoje seja normal!
Existe tanta acomodação a aquilo que é ruim, isso não é bom, é ser refém do medo, do egoísmo, da falsidade, da maldade e isso não é uma doença do mundo, essa doença está nos homens, no coração dos homens.
Sabe o que me levou a escrever sobre isso? Deve clarear mais pra você se eu disser o estopim desse texto. Conversando com uma pessoa que se dizia até então caridosa, que queria mudar a vida de muitas crianças carentes em determinado lugar, me perguntou então o que eu queria pro futuro, estendi um sorriso de orelha a orelha e comecei a falar do que eu tinha escolhido cursar na faculdade e o primeiro comentário foi: Você sabe se isso dá dinheiro? Fingi não ouvir e disse que queria mesmo era o que me trouxesse felicidade, estabilidade vem com o tempo, continuei e então disse que meu sonho mesmo era depois de certa estabilidade fazer um projeto com crianças da África, crianças de rua, crianças abandonadas e ela disse num ar muito irônico: É uma coisa muito bonita, mais é muito perigoso, você sabia que um dos fotógrafos que fez um projeto igual ao que você sonha em fazer suicidou 3 dias depois de uma foto X? Ela disse mais algumas outras palavras que eu não me recordo ao certo, mais o que ela quis dizer é que eu era louca, que eu nunca ia conseguir mudar a realidade dessas crianças, ainda mais como fotografa, ainda sugeriu pela milésima vez que eu fizesse engenharia ou medicina.
Resumindo, até que ponto vai à alienação das pessoas, até quando as pessoas vão dormir e entender o que realmente importa? Sempre menos humanidade, menos caridade, menos lealdade, menos disponibilidade, menos felicidade e mais moldes, quadros, mascaras, panos e maquiagens pra disfarçar, pra não corromper o que é o ‘normal’! Eu sei que isso está parecendo minha redação pra sociologia, mais to triste, to pirando nesse mundo com tanta falta de amor. ‘Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma. Eu sei,a vida não para’. Quero pedir pra quem ler isso, não deixe que seja normal pra você também, não deixe que a falta de amor ao próximo seja normal, não deixe que a maldade seja normal. Não aceite o normal !
terça-feira, 11 de maio de 2010
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